Campanha para a adoção das cartinhas deixadas na Casa do Papai Noel, na Praça da Bandeira, por crianças carentes tocou o coração da comunidade

    Quando dezembro chega a emoção toma conta de muitas pessoas, o último mês do ano vem junto com diversos sentimentos, de reflexão, de amor, de alegria e mudança. É a época do ano esperada por muitos, principalmente por todas as crianças, independente de classe social. Para elas o Natal é uma esperança de receber o tão sonhado presente, e nem sempre a espera é por brinquedos.
    Os duendes do Papai Noel que estão recebendo os pequenos, perceberam que o desejo de  muitos fica muito além das bonecas e carrinhos, eles pedem alimentos, cadernos para poder estudar, roupas para si e para seus irmãos. Pedidos que realmente mostram que o coração destes pequenos tem, no Natal, a esperança que muitas vezes viram se apagar de seus olhos no decorrer dos outros 11 meses do ano.
    Embalados pela magia desta data, os organizadores resolveram incentivar a “adoção” dessas cartinhas, no primeiro dia já foram adotadas mais de 80 cartinhas, se essa média persistir, até o dia 23, aproximadamente mil crianças terão um natal bem melhor este ano.
    Quem já adotou uma cartinha, nos outros natais, sabe o quanto é gratificante entregar os presentes, pois além das palavras de agradecimento recebidas, a verdadeira gratidão se percebe nos olhos, tanto da criança que recebe, como nas lágrimas que, muitas vezes, cai dos olhos dos pais ao ver um desejo de seus filhos realizados.
    “Há muitos anos adoto alguma cartinha nos natais, esse ano adotarei mais uma, é muito gratificante”, destacou a moradora de Erechim, Silvana Salete.
    Para uma das duendes, a Francine Piovesan, “cada carta que liamos, nos emocionava muito, algumas lágrimas rolavam e a vontade era recolher além das cartas aqueles corações cheios de vontade de ter um Natal diferente... Percebemos que tínhamos em nossas mãos o poder de mudar por alguns instantes e despertar um sorriso a mais”, ressaltou.
    Para a jornalista, Paloma Mocellin, o que teve início como mais uma matéria, acabou tornando-se uma oportunidade de semear sorrisos. “Eu fui até os Correios pra fazer a matéria na época, mas logicamente que escolhi a pauta porque amei, então pra mim, ser tipo um papai Noel imaginário foi ótimo. O gesto, em si, de ler as cartinhas e se identificar é o que representa a magia. você não sabe quem está presenteando conhece apenas a letra e o nome da criança. Ela também acredita ou deve acreditar que o presente vem do Papai Noel. Acho que a magia está ai, em poder ser um personagem do bem sem precisar expor nada. Apenas sentir”, falou.
    Quem ainda não adotou, mas quer ter essa experiência gratificante, pode procurar pelos duendes que estão na Casa do Papai Noel, na Praça da Bandeira, todos os dias a partir das 16h30 até as 22 horas. E vale ressaltar que quem adota a cartinha, deve entregar direto à criança que a fez, por isso, todas tem endereço, e sempre que possível um número telefônico.
    Adotar uma carta, mesmo que possa adquirir as coisas mais simples para presentear a criança e sua família, reflete exatamente o que é o espírito de Natal, que está além do consumismo, de grande jantares e festas. Esse dia é de solidariedade, é de pensar e agir pelo próximo, é deixar-se dominar por bons sentimentos.
    Vamos fazer valer a canção que diz que o Papai Noel não esquece de ninguém, as crianças precisam acreditar que sim, existem dias melhores, pois quando há esperança, persiste também a  vontade de crescer. É como uma corrente do bem, o que fizemos aos outros se volta para nós, o que fizemos as crianças refletirá no futuro. Seja você o melhor Papai Noel que existe, afinal “seja rico ou seja pobre o Velhinho sempre vem”.