Em meio a uma preocupante onda de violência contra a mulher no estado do Rio Grande do Sul, o município de Erechim reforça seu compromisso no combate à violência de gênero, por meio de políticas públicas voltadas ao acolhimento e à proteção das vítimas. Entre sexta-feira, 18 de abril, e esta terça-feira, 23, foram registrados 10 feminicídios, acendendo um alerta às autoridades e à sociedade.

Em Erechim, os dados também preocupam. Apenas no mês de janeiro deste ano, o serviço de atendimento à mulher em situação de violência recebeu 30 novos casos. Diante desse cenário alarmante, a Secretaria de Assistência Social, em conjunto com o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) e a Coordenadoria da Mulher, tem buscado alternativas eficazes para frear o crescimento desses índices.

O município conta com uma rede de atendimento consolidada, que recebe as vítimas por diferentes vias: demandas espontâneas, indicações de outras mulheres já atendidas, e encaminhamentos provenientes do Poder Judiciário, órgãos de segurança pública e da rede socioassistencial. Essa articulação entre os serviços garante um suporte mais amplo e humanizado.

O atendimento realizado pelo CRAM e pela Coordenadoria da Mulher em Erechim tem como principal objetivo o fortalecimento da mulher vítima de violência, para que ela possa romper com o ciclo de agressões e reconstruir sua autonomia. Além disso, o serviço assegura a proteção dos filhos dessas mulheres, considerando os impactos que a violência doméstica gera em toda a estrutura familiar.

A equipe técnica é formada por profissionais capacitadas: uma psicóloga, uma assistente social e uma pedagoga. Juntas, essas profissionais não apenas acolhem as vítimas, como também realizam encaminhamentos para a rede assistencial, garantindo acesso à saúde mental, educação para os filhos e até vagas de emprego, entendendo que muitas vezes a mulher precisa de uma mudança total de rotina para garantir sua segurança.

“Nosso foco é fortalecer essas mulheres e oferecer suporte em todas as frentes. É uma atuação que exige sensibilidade, agilidade e articulação com diversos setores”, afirma Joana Mattia, coordenadora do CRAM.

Na manhã desta quarta-feira, 23, a Secretaria de Assistência Social deu início a uma série de conversas para debater soluções e intensificar o enfrentamento à violência de gênero no município. O secretário Micael Kasmirski e a coordenadora Joana Mattia, vem articulando o início do planejamento das ações para o mês de agosto — período que será dedicado ao monitoramento e ao combate intensivo a esse tipo de violência.

“A violência contra a mulher não é um problema individual, é uma questão social que exige um esforço coletivo e contínuo. Estamos comprometidos em buscar soluções efetivas”, destacou o secretário.

Erechim segue sendo exemplo de município que atua com seriedade e responsabilidade na luta pelo fim da violência de gênero, reconhecendo que proteger mulheres é também proteger a sociedade como um todo.

Foto: SMAS PME