Apoderar o povo do que ele já conhece agregando valor a isso, e capacitar profissionais da saúde sobre os benefícios do uso das plantas medicinais e fitoterápicos para que possam difundir estes conhecimentos, bem como utilizá-lo no serviço de atenção básica à saúde, é o que propõe o segundo encontro do processo de Formação e Capacitação em Plantas Medicinais e Terapias Complementares e Integrativas promovido pela Prefeitura de Erechim, através da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Segurança Alimentar, Secretaria da Saúde, ARPLAN e Sutraf-AU.

         O tema “O estudo das 10 plantas mais usadas em nossa região e suas funções” começou a ser discutido nesta quinta-feira (29), no Seminário Nossa Senhora de Fátima em Erechim, onde cerca de 70 pessoas, na sua grande maioria agricultores, tiveram a oportunidade de aprender mais sobre as plantas que já conhecem e costumam usar. Para o que elas servem, como melhor utilizá-las e em que situações? Estas perguntas foram respondidas para que os agricultores possam incrementar o cultivo das plantas em suas propriedades, comercializando-as e gerando renda.

          Conforme o secretário de Agriculturam Eloir Griseli, a ideia é apoderar os agricultores e a comunidade em geral do que ela já conhece para que possa agregar renda a isso. “É fazer com que a população tenha instrumentos para promover a sua saúde, prevenindo e remediando, sem o uso específico dos remédios comercializados nas farmácias”, observou.

          Já nesta sexta-feira (30), foi a vez dos agentes de saúde da região, pastorais de saúde, enfermeiros, médicos, técnicos agrícolas, secretários da saúde da região, gestores públicos e terapêutas participaram da capacitação. Lourenço Dalla Rosa, falou sobre Plantas Medicinais e a Visão Holística”, enquanto o médico Celerino Cariconde – coordenador do Centro Nordestino de Plantas Medicinais e membro do Comitê Nacional de implementação dos Fitoterápicos no Brasil abordou o uso das plantas medicinais mais usadas em nossa região, como a carqueja, a marcela, trançagem, por exemplo.

          Cariconde disse que as plantas medicinais e os fitoterápicos podem ser utlizadas no serviço de atenção básica à saúde, ou seja no atendimento prestado nas Unidades Básicas de Saúde, e difundido através das equipes de ESF – Estratégia Saúde da Família. O seu uso faz parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, que são as técnicas que visam assistência e a saúde dos indivíduos, seja na prevenção, tratamento ou cura, considerando-o como mente/corpo/espírito e não um conjunto de partes isoladas.

          O governo municipal, através das Secretarias da Agricultura e da Saúde, estão trabalhando para que a regulamentação da Lei que prevê o uso de plantas medicinais e fitoterápicos no Sistema Único de Saúde seja implantado em Erechim. Para isso, vem realizando seminários para construção da proposta que deve resgatar conhecimento, quebrar paradigmas, e conscientizar as gerações atuais acerca do novo modelo de saúde, além de outras possibilidades de prevenção.