Durante toda esta terça-feira, dia 9, esteve em discussão no auditório do prédio 8 da URI-Campus de Erechim, o trabalho infantil. O evento faz parte do Ciclo de Palestras sobre o tema que percorre o Estado numa promoção da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil (CEPETI) e que no município de Erechim ganhou a parceria da Comissão Municipal de Erradicação do Trabalho Infantil (COMPETI) e da Prefeitura de Erechim, através da Secretaria Municipal de Cidadania.

          A abertura do evento contou com a presença da secretária adjunta de Cidadania, Nelci Dagostini que destacou a necessidade de se pensar em políticas públicas para extinguir de fato o trabalho infantil “que ainda é uma realidade no nosso país”. Adriana Secchi, coordenadora do COMPETI, disse que o ciclo de debates é uma grande oportunidade para que se discuta formas de “combater uma das mais nefastas formas de exploração de nossas crianças” que é o trabalho infantil.

           Silvana Koller, assistente social coordenadora da Seção de Proteção Social Especial do Departamento de Assistência Social da SJDS/RS e membro da coordenação colegiada da CEPETI, explicou sobre os objetivos do Ciclo de Palestras. Disse que o CEPETI é uma comissão formada por órgãos governamentais e não-governamentais que atua na defesa das crianças e adolescentes e umas das atuações é combater o trabalho infantil. O projeto do ciclo de palestras foi elaborado para descentralizar as discussões sobre erradicação do trabalho infantil no interior do Estado, tendo a região de Erechim como uma das contempladas. “Desejo que os presentes neste evento saiam motivados a combater o trabalho infantil e desenvolver novas ações nas suas entidades e também na comunidade local”.

           O evento também contou com o relato de experiências dos municípios de Erechim e Gaurama de como conseguiram combater o trabalho infantil. Erechim levou o coral do PETI e do Pró-Jovem ao palco para cantar, enquanto Gaurama apresentou uma peça de teatro encenada pelos adolescentes que frequentam o PETI.

            A chefe da Divisão de Proteção Social Básica da Secretaria de Cidadania de Erechim, Odete Cherubim, destacou algumas ações implantadas pelo município ao longo dos anos. A exemplo citou a venda de mandolates realizada por adolescentes que também cometiam pequenos delitos, sendo obrigados a se passar por surdos e mudos por muitas vezes por “mulas” de drogas. Em 2001, a fábrica de mandolate foi fechada e os adolescentes voltaram a escola. Neste período foi criado o Pró-Jovem, onde eles recebiam uma bolsa salário para não retornarem ao trabalho. Revelou também a retirada de 115 crianças do lixão há alguns anos e o curso de marcenaria e edificação realizado em parceria com o SENAI, Sinduscom, Patronato, Ministério Público e Juizado Infantil. Um turma já foi formada e os adolescentes estão empregados nas empresas do município. Segundo ela, para que a erradicação do trabalho infantil tenha sucesso é necessária a formação de uma rede de atendimento, pois só através de parcerias, do conhecimento do seu público-alvo e de ações específicas para atendê-lo é que se obterá exito.

           O ciclo de palestras também contou com a equipe do CEREST Alto Uruguai falando sobre as repercussões na saúde em razão do trabalho de crianças e adolescentes; de uma mesa redonda com o Promotor de Justiça da Infância e da Juventude da Comarca de Erechim, João Fabio Munhoz Manzzano e do Juiz do Trabalho Titular da 2ª Vara do Trabalho e Juiz Diretor do Foro, Luis Antônio Mecca; e da palestra sobre o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) – diretrizes, estratégias e controle social ministrada pela assistente social coordenadora da Seção de Proteção Social Especial do Departamento de Assistência Social da SJDS/RS e membro da coordenação colegiada da CEPETI/RS, Silvana Koller.