Equipes de saúde estiveram em mais de 10 pontos de Erechim para distribuir material

             O Dia Mundial de Luta contra a AIDS, nesta quarta-feira, dia 1º de dezembro, foi marcado em Erechim pela distribuição de material informativo e preservativos. Uma sacola contendo um porta-celular, preservativo, adesivo, orientações sobre o exame anti-HIV, marcador de página e folder com explicações sobre como se transmite a AIDS e DSTs, os sintomas e informações para gestantes foram distribuídas pelas ruas de Erechim.

           Em mais de 10 pontos da cidade, como na Rua Pernambuco, BR 153, Bairro Três Vendas, Av. Sete de Setembro, Terminal de Ônibus Urbano, Av. Maurício Cardoso, as equipes formadas por agentes comunitários de saúde e da Vigilância em Saúde permaneceram durante todo o dia para despertar na comunidade a importância da prevenção e da realização do teste anti-HIV. Em frente a Catedral, um ponto estratégico para distribuição de material foi montado, contando com o apoio da Coordenadoria Municipal da Mulher e de voluntários da URI-Campus de Erechim.

           Conforme a diretora da Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde, Luciana Grendene, a realização do exame que foi intensificada na campanha de Luta contra a AIDS, pode ser feito durante todo o ano, em qualquer uma das 12 Unidades Básicas de Saúde do município, sempre nas terças e quintas-feiras, das 7h30min às 8h30min. É necessário estar em jejum e apresentar documento de identidade e o cartão SUS para a realização do mesmo.

            O exame é a única forma de saber se uma pessoa está com o vírus HIV e desta maneira iniciar o tratameto o quanto antes. Para o secretário de Saúde, Plinio Costa Junior, a prevenção é a grande arma da medicina e isso se aplica muito bem a AIDS e as outras doenças transmissíveis atendidas na secretaria.

            Desde 1993, a Secretaria Municipal de Saúde implantou o Programa Municipal de DST/AIDS com os serviços de coleta de exame anti-HIV, atendimento de enfermagem, consultas médicas e dispensação de antirretrovirais. Nestes 18 anos de trabalho na área da assistência e prevenção das DST/AIDS, muito já foi realizado, como a descentralização da coleta de exames anti-HIV para as Unidades Básicas de Saúde do município, várias campanhas de prevenção para toda a população e melhoria da estrutura física e operacional do SAE – Serviço de Assistência Especializada em DST/AIDS.

           A situação epidemiológica do município revela que a realidade de Erechim é semelhante, se não igual a tendência da epidemia nacional. Iniciada com a população homossexual, passando pelos usuários das drogas injetáveis, mulheres, população jovem, desde 2006 verificou-se um significativo aumento de pacientes soropositivos em idade acima de 40 anos. Ao realizar um recorte dos pacientes vinculados ao SAE, levantou-se os seguintes dados:

• Quanto à escolaridade: 44% dos pacientes têm entre 5ª a 8ª série e 26% dos pacientes tem entre 1ª e 4ª série. Isso demonstra a baixa escolaridade dos pacientes, tendo em vista que mais de 50% do total não tem o 1º grau de instrução.

• Quanto a raça: 90% dos pacientes são da raça cor branca.

• Quanto a profissão: 25% são do lar, o que demonstra que a baixa escolaridade está diretamente relacionada a profissão e a pauperização das pessoas o que é um fator agravante para o controle da epidemia tendo em vista o baixo entendimento das pessoas em relação as práticas sexuais seguras, e também dificulta a adesão ao tratamento.

            O município tem uma preocupação especial com as gestantes e para todas é ofertado e realizado dois exames de VDRL e anti-HIV, tanto na rede básica de saúde quanto na maternidade da Fundação Hospitalar Santa Terezinha de Erechim, proporcionando poucas notificações até agora de transmissão vertical de HIV ou sífilis congênita, o que demonstra a qualidade do pré-natal realizado na rede básica de saúde.

            Quanto as Doenças Sexualmente Transmissíveis, Erechim possui um fluxograma de atendimento em que todas as Unidades Básicas de Saúde fazem o primeiro atendimento e se necessário o paciente é encaminhado para o SAE, através do sistema de referência e contra-referência. Em setembro de 2009 foi implantado junto ao SAE, o ambulatório de DST (feminino e masculino), onde são realizados procedimetnos como cauterização, colposcopia e biópsia, entre outros.

             Atualmente estão sendo acolhidos pelo SAE, 208 pacientes soropositivos, sendo 43,75% homens (91) e 56,25% mulheres (117), sendo três crianças menores de 10 anos em tratamento. O serviço possui ainda sete crianças menores de dois anos em monitoramento. O SAE acredita que este número pode ser ainda maior, já que muitas pessoas não realizam o exame e por isso não sabem que estão com o vírus.