Com o objetivo de apresentar os desafios das políticas de atendimento às mulheres em situação de violência, é que a Prefeitura de Erechim, através da Coordenadoria Municipal da Mulher e a Federação das Mulheres Gaúchas realizaram na tarde desta terça-feira, dia 14, na Câmara Municipal de Vereadores, o seminário “Diga não à violência contra a mulher – Assuma esta luta”.

           O evento, que lotou o local, contou com a presença da vice-prefeita e coordenadora da Coordenadoria Municipal da Mulher, Ana Oliveira, do Juiz Substituto da 2ª Vara Criminal – Violência Doméstica, Antônio Carlos Tavares, da delegada da Delegacia de Polícia para Mulheres, Diana Casarin Zanatta e da coordenadora do projeto “Diga não à violência contra mulher” e diretora da pasta de Políticas de Violência contra a Mulher da Federação das Mulheres Gaúchas, Tânia Reckziegel.

          A vice-prefeita Ana Oliveira abriu a tarde de debates dizendo que todos os participantes estão imbuídos de buscar soluções para enfrentar a violência contra a mulher. Apresentou a que se propõe a Coordenadoria da Mulher com dados históricos e parâmetros sobre a violência que levaram a sua criação. “Em conjunto com várias entidades estamos engatinhando neste assunto, buscando mais parceiros a cada dia para difundir este tema que julgamos ser tão necessário”, disse ela. Segundo Ana, todas as ações são realizadas em consonância com a sociedade para formar a rede de proteção a mulher, para que as entidades de diversas áreas tenham o mesmo entendimento de como proceder, para onde encaminhar, enfim, como cuidar das mulheres vítimas de violência.

          A Federação das Mulheres Gaúchas é uma entidade não-governamental que busca redes para alcançar o objetivo de combater a violência contra a mulher. Como explica a diretora da pasta de Políticas de Violência contra a Mulher, Tânia Reckziegel, este tipo de violência é encarada diferente dentro da Federação, “uma vez que ela é praticada dentro do nosso lar por quem deveria nos amar”, destacou.

          Para o juiz Antonio Tavares, muitas vezes o problema de existir e persistir a violência contra a mulher, é ela própria, que não consegue se desvincular da dependência econômica que o homem lhe dá. “E é isso que precisa ser combatido. A mulher tem que aprender a tomar conta da sua própria vida e para isso a capacitação é fundamental”. Ele completa destacando que a questão não é só tirar o homem das drogas e do álcool, mas sim capacitar a mulher. “Ela precisa aprender a se ver como cidadã, para que seja capaz de lutar pelo seu pão de cada dia”, frizou.

          Conforme a delegada Diana, o que se tem visto hoje é que as mulheres procuram a Delegacia da Mulher por qualquer motivo. “Seja para denúncias, para buscar um consolo, um alento, para tentar resgatar uma auto-estima que muitas vezes já não tem. Mais da metade das mulheres que chegam a Delegacia não querem repreensão criminal aos seus companheiros, mas sim, que o agressor apenas mude de atitude”, revela. Para auxiliar e melhorar o atendimento prestado pela Delegacia é que uma parceria com a URI-Campus de Erechim foi firmada, onde estagiários de Psicologia atuam nestas questões.

           Integrantes da Orquestra de Concertos de Concertos de Erechim recepcionaram os participantes do seminário que também contou com a presença da presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (COMDIM), Carlinda Poletto Farina, da secretária municipal de Cidadania, Maria Dolores Mafacioli Golin, do secretário da Fazenda, Valdemar Loch, do secretário de Segurança Pública e Proteção Social, Décio Vicelli e dos vereadores Lucas Farina e José da Cruz.